Design Thinking NÃO é só ferramenta

Ferramentas colaboram com o processo, mas bastam para extrair valor do Design Thinking?

Mapa de Empatia, Jornada do Cliente, Brainstorming, SCAMPER… São muitas as ferramentas de facilitação (confira artigo sobre métricas ágeis) disponíveis para quem utiliza o Design Thinking como abordagem.

Amamos utilizá-las durante dinâmicas animadas e ver milhares de post-its espalhados nas paredes. Mas será que isso garante que inovação e resultados “fora da caixa”?

Aposto que naquele grupo no WhatsApp de inovação, um dos principais conteúdos compartilhados são os famosos toolkits, um conjunto de ferramentas que promete resultados fantásticos. Basta seguir o “passo a passo”, preencher os templates e… “fez-se a inovação”!

Então você se empolga, marca a reunião de trabalho, junta as pessoas, segue as instruções e… as soluções inovadoras não emergem.

Aí você pensa: “segui todas as recomendações dos livros, artigos e instruções dos toolkits e, ainda assim, o resultado não foi o esperado.  Surgem poucas ideias e a maioria delas são “mais do mesmo”. Soluções que apenas copiam o que o mercado já está fazendo.

E você se pergunta: “o que aconteceu de errado?”

Quando se trata de Design Thinking, o que importa afinal?

Apesar do que muitos insistem em dizer, Design Thinking não é uma metodologia linear, daquelas que tem início, meio e fim. Também não é um processo que você aprende apenas lendo artigos ou ouvindo sobre o assunto. [Com isso, não estou dizendo que ler bons livros e artigos ou assistir vídeos e ouvir podcasts com especialistas não vá te ajudar!] Porém, para você assimilar de verdade o potencial do Design Thinking é necessário experienciar.

Figura usada normalmente para representar o Design Thinking como um processo linear.

Representação mais realista do que acontece na prática.

Vivenciar algumas várias sessões de cocriação, se jogar de corpo e alma nas imersões, escolher desafios que realmente não tem uma solução clara, pensar em ideias até a cabeça doer e ter disposição para prototipar, prototipar, prototipar… Esses são fatores fundamentais para compreender COMO o Design Thinking pode, de fato, criar soluções inovadoras e entrega real de valor ao guest.

Imagine um estudante de medicina que vai cursar (durante anos) residência antes de se formar. Ou um piloto de avião, que precisa realizar horas de voo para se tornar profissional. Com o Design Thinking não é diferente: você precisa de prática, vivência e entrega para calibrar seu jeito de pensar. Mudança de mindset mesmo!

[De novo], com isso, não quero te desanimar nem dizer que toolkits recheados de ferramentas visuais e templates bonitos são inúteis. As ferramentas ajudam muito a conduzir o pensamento e documentar o que estamos criando. Contudo, elas não são a parte mais importante. Pensem nelas como um apoio para a facilitação.

Se quiser resultados diferentes, tire o foco das ferramentas! Dê dois passos para trás e veja se você está trabalhando no básico.

Os Pilares do Design Thinking

Tenho certeza que nas suas “googladas” da vida sobre Design Thinking você já encontrou a foto abaixo:

Esta figura mostra o que o mercado chama de pilares do Design Thinking, ou seja, os principais valores que o Design Thinking entende como condições comportamentais inegociáveis no momento que as pessoas estão trabalhando para inovar. No entanto, será que estamos fazendo a leitura correta deles?

Empatia

Se colocar no lugar do outro. Calçar os sapatos do outro. Sentir as dores e necessidades do outro. Analogias fáceis de dizer e difíceis de aplicar, não é mesmo?

Como eu vou sentir o que o outro sente se a minha história de vida é diferente? Se meus valores e princípios são outros? Se vivenciei outras experiências, morei em outros lugares, estudei em outras escolas, tive outros amigos, sofri outras dificuldades, etc, etc, etc?

Empatia não é apenas sentir a dor do outro! É sentir a dor no outro na perspectiva do outro. Não é nada fácil, e praticamente impossível atingir esse grau de conexão se você não tiver uma atitude visceral. Ou seja, tire a bunda da cadeira e vá aonde o problema/oportunidade está.

Experienciar o cenário ou o contexto do outro é fundamental para tentar processar de forma empática os valores morais, éticos e psicológicos de quem você quer atender.

Um exercício interessante é visitar o Museu da Empatia, em São Paulo.

Colaboração

Gosto de ver a colaboração como um exercício de humildade. Quando eu assumo que meu conhecimento, experiência e visão de mundo são limitados, naturalmente enxergo que preciso do outro para compreender outras dimensões de uma situação.

Se acho que a minha bagagem é suficiente, não aceito a intervenção do outro, não me abro, não aprendo e me limito.

Colaborar é admitir que temos ego e vaidade, mas administrá-los e, muitas vezes, jogá-los ‘pra escanteio’ em nome de um resultado maior. Você precisa dar tudo de si, sabendo que o resultado não é SEU, e sim do time.

E sabe qual é a melhor parte dessa “maturidade colaborativa”? É que num clima onde impera o coletivo você tende a se superar e consegue dar o melhor de si.

Quando nos sentimos apoiados e pertencentes a um time, conseguimos reunir vários sentimentos que nos tornam melhores. Gosto de usar o exemplo do Messi para explicar isso, pois sua atuação na seleção da Argentina e no Barcelona é bem diferente, não é mesmo? O que explica isso?

Uso essa analogia para deixar claro como sentimentos positivos e atitudes colaborativas podem potencializar seus talentos e ampliar sua capacidade de inovar.

Experimentação

Certamente, este é o principal pilar que colide com a cultura organizacional das corporações atualmente. Num ambiente onde o erro é severamente punido, ideias e insights promissores podem aparecer com frequência sem sequer serem testados.

Inovar, ao contrário do que muitos pensam, está mais relacionado com esforços constantes para testar e experimentar novas ideias, do que com a suposição de que num belo dia ensolarado você terá uma ideia brilhante. Inovar dá trabalho, exige persistência, senso de realização, atitude e coragem para errar e continuar tentando até chegar num resultado satisfatório.

Veja o que o mestre Charles Watson, um dos principais expoentes quando o assunto é criatividade, fala sobre isso:

Dê dois passos para trás e mire no modo de pensar

Pare! Pense! Você está colocando em prática o comportamento acima? Seja autocrítico e reflita, porque talvez essa seja a resposta para a falta de resultados disruptivos em suas sessões de cocriação e workshops de Design Thinking.

Um bom indicador para saber se você está assimilando a abordagem e o modelo mental do Design Thinking é refletir sobre as seguintes perguntas:

Percebeu que se tornou mais empático com seus amigos, familiares e com quem está ao seu redor?

Não vê sentido em criar nada sozinho e sabe que quando realiza junto, faz melhor?

Sente que errar na intenção de acertar faz parte do processo?

Não é à toa que a Empatia, Colaboração e a Experimentação são chamados de “pilares”. São comportamentos tão fortes e poderosos que certamente vão mudar sua vida profissional e pessoal.

Tem casos e situações em que esses pilares fizeram a diferença? Conta pra gente nos comentários.

PS.: QUER SABER MAIS SOBRE DESIGN THINKING? 

 

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